42 Anos Depois, e o Quê?
Não será o Teatro, já por si, um documento?
Teatro Documentário: Teatro que só usa, para seu texto, documentos e fontes autênticas, seleccionadas e “montadas” em função da tese sociopolítica do dramaturgo (encenador?).
Patrice Pavis in Dicionários do Teatro
Neste exercício (com os alunos da turma de teatro da UPP) foi precisamente o que fizemos, teatro documentário!
Poderia ser de outra forma? Sim, claro. Pode ser sempre de outra forma. Mas foi esta a via que escolhemos, decidimos seguir. Foi esta a estrada que nos serviu de rumo.
Não deixamos de lado a hipótese de todo o teatro, essa grande máquina do mundo, ser per se um documento ou que qualquer fonte ou escrito pode ser ponto de partida para um texto dramatúrgico.
Tomem como exemplo, longínquo, “A Descrição da Cidade de Lisboa” do mestre Damião de Góis. Poderia ser teatro? Sim! Tal como poderia também “Germania 3” de Heiner Muller, ser um grande documento.
Regressemos ao nosso trabalho. Em “42 Anos Depois, e o Quê?” falamos exactamente sobre a experiência pessoal de cada um dos intervenientes e sobre a sua reflexão pós 25 de Abril. Serão seis cartas, seis documentos expostos ao público.
Falamos, discutimos e, acima de tudo, pensamos e escrevemos sobre o tema. Temos também a esperança que ao longo destes minutos que se seguem o façam connosco!
Boa Viagem!
Pedro Estorninho (Encenador)
Sessões na UPP em 17 e 18 de Junho de 2016, às 21H30
Inscrições prévias