Lágrimas, não. A sério. (da homenagem a Mário Castrim)

No dia 5 de Novembro, a UPP assinalou os 100 anos do nascimento de Mário Castrim, numa videoconferência que visou dar a conhecer o cidadão e divulgar o seu legado com intervenções do ensaísta e crítico literário José António Gomes e do jornalista Ribeiro Cardoso.

José António Gomes não se limitou a falar de Mário Castrim e da sua obra, mas sim transmitiu toda a riqueza da sua personalidade, quer como cidadão, quer como escritor e pedagogo.
Através da leitura de alguns dos seus poemas, transportou-nos para o mundo da imaginação e das memórias do escritor/jornalista.

Por sua vez, Ribeiro Cardoso falou-nos do camarada de redacção e, sobretudo, do amigo. Acabou a sua intervenção, com a leitura do último poema de Mário Castrim, escrito uma semana antes do seu falecimento, quando estava no Hospital dos Capuchos.

Lágrimas, não. Lágrimas, não. A sério.
Enfim, não digo que. É natural.
Mas pronto. Adeus, prazer em conhecer-vos.
Filhos, sejamos práticos, sadios.

Nada de flores. Rigorosamente.
Nem de velas, está bem? Se as acenderem
Sou homem para me levantar e vir
Soprá-las, e cantar os “parabéns”.

Não falem baixo; é tarde para segredos.
Conversem, mas de modo que eu também
Oiça, e melhor a grande noite passe.

Peço pouco na hora desprendida:
Fique eu em vós apenas como se
Tudo não fosse mais que um sonho bom.

Das intervenções dos dois conferencistas ficou a alguns o pesar de não terem tido oportunidade de conhecer pessoalmente Mário Castrim e a todos a alegria por podermos aprender com ele através da sua obra.

Mais fotos da conferência em https://www.facebook.com/UniversidadePopulardoPorto/